1. |
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Aqui estou meu bem
Com a fome que consome o coração
Sedento com a sede da paixão
Na boca o fel da minha solidão
No estomago o azedo e a corrozão
No seu ouvido, vomito-te palavras tão banais
Vocábulos vazios, sem sentido
Frases diluídas, atonais
Ao te tocar, te sujo com meu sangue infiel
Te cuspo de maneira tão vulgar
Te esfrego pelo corpo todo o mel
Aqui estou meu bem
O lírico, o amante, o vil e o cão
Aqui estou meu bem...
Que meu corpo todo pegue fogo
Pois tua mão incendeia tudo o que toca
Que a luz que teus olhos insistem em radiar
Derreta minha pele bem devagar
O veneno de sua boca eu quero provar
Mesmo sabendo que vai me matar
Se é pra morrer, que morra de amor...
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2. |
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Hey, por acaso seu corpo está sobre o meu?
Hey, por acaso essa é a roupa que você perdeu?
Se acaso der sede é de tanto sua boca eu sugar
Se esquecermos de tudo o acaso vai nos ajudar
Vem, vamos dançar
Assim ao acaso, sem ensaiar
Apenas segure bem forte minhas mãos
Encoste seus lábios nos meus
Não pense em mais nada
Hey, por acaso a porta do quarto se abriu?
Hey, por acaso por ela você já partiu?
Se acaso meu deixa, largando o amor que eu te dei
Ou se leva-te embora o acaso, nunca saberei
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3. |
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Vou te dizer / Pois diga lá
Deixa eu falar / Mas já não está falando?
Pois ouça então / Já não ouvi?
Você não sabe / Eu já nasci sabendo
Vá lá fazer / Faça você
Eu vou ficar / Então vai ficar sem
Mas era pra você / Mas já não quero mais
Então porquê pediu? / Eu só te peço paz
Me diga o que está pensando
Não pense que estou te olhando
Então tire os seus olhos dos meus
Tire você o seu olhar, esse seu doce olhar
Então se vá / Não vou partir
Fique de vez / Não ficarei aqui
De tanto te querer / Por tanto te odiar
Odeio não te ter / Contigo quero estar
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4. |
Qualquer coisa vulgar
02:36
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5. |
A balada do vilão falido
03:00
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Sobre a sorte me lancei
Sobre a morte debochei
Sou valente sou vilão
Registrado e com cartão
Eu vivo a cantar, ninguém vai me parar
As moças ao me ver tentam me agarrar
Do teu corpo já provei
Dos teus lábios já bebi
No teu seio repousei
Teu dinheiro já gastei
É hora de partir, a estrada é meu lar
Sozinho vou cantando o velho refrão:
Meu pai era bêbado, minha mãe se prostituiu
Meu tio me batia com a cinta da minha tia
Lá lá lá lá...
Ah, essa é a triste história de um pobre vilão
Pra quem não fazer falta, aceito doação
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6. |
Bem desejar-te o mal
03:23
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Eu quero ser o seu lado vil
Mais egoísta e carnal
Eu quero ter seu sangue, suor
E seu escarro visceral
E pra onde possa olhar
Meu semblante vai estar
A tapar-te a visão
Nem adianta se afastar
Pois de longe sentirá
O toque da minha mão
Sim, vai arder os olhos vai
A barriga apertar
E no peito a dor e lhe matar
Eu quero ver seu sangue ferver
E sua fúria animal
Então poderemos saciar
Nosso desejo irracional
Pra fazer-te enjoar
Do meu cheiro vai lembrar
A cada respiração
Sei que vai se irritar
Quando em minha voz pensar
Por sentir satisfação
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7. |
7
02:43
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1 2 3 4 5 6 7
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8. |
Doce amargo
03:33
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Degustar esse doce amardo
Num só gole seco e largo
Suportando o fino sabor
Envolvente, de sofrido ardor
Saboreio meu penar
Rio tolo de mim mesmo
Da tragédia faço mar
Em deleite vou nadando a esmo
Vejo a mim perdido em triste gozo
Tão feliz e tão penoso
Faço me enfim de tal decepção
Sorriso luminoso e lágrima caída ao chão
Ao acaso faço drama
Ironizo minha dor
Te envolvo na minha trama
Dando a ti o meu complicado amor
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9. |
És pintura e sinfonia
03:44
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Rugiram os trovões
Azuis de sóis, clarões
Me avisa teu cantar
Sublime avatar
E o que não veio pode estar de bem
O que não tenho nada ou ninguém
Me deixa o vento, braza, furacão
Que tem seu nome escrito pelo chão
Sonorizando eu
Pincéis a Prometeu
Rabisco sua mão
Mudando seu destino então
Meu amor onde está eu não sei
Dançando no farol, a rodar
Guia a sorte e a morte enganarei
Nado em jorro, hoje eu morro no seu mar
Além de tudo deve ser fatal
Que o início seja no final
Cada minuto, o tempo todo se perdeu
No infinito de um beijo seu
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10. |
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11. |
Sonata ao acaso
02:39
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Não, não vai saber o que virá depois
Então me dê sua mão
Vamos voar além do medo
Do que pode acontecer
Então viver o agora eu e você
Vamos pular no abismo do incerto
Deixar o vento nos levar
Onde ninguém dirá adeus
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12. |
O inimigo das palavras
03:45
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Toma tu nobre palavra
Esta ode tão chinfrim
Homenagem indiscreta
De escárnio, tudo enfim
Veja tu tua pessonha
Toxina tão fatal
Mata a alma enfadonha
Envenena o meu coral
Meu bem, meu mal
És borrão no meu papel
E ruido no meu som
Meu desafinar de tom
Meu rabisco infiel
Ouça tu, ó indigesta
A cantiga em mal-dizer
Delatar tua imodesta
Pretensão de me vencer
Sinta tú a minha ira
Meu desejo de encerrar
De uma vez tua mentira
Teu dom de disfigurar
O meu cantar
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13. |
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Vem e me diz que não há mais nada
Mais nada, nada entre nós
Jogue no chão, esfregue e cuspa
Meu peito então junte meu restos
Me jogue na cara minha cara, meu erro fatal
Meu coração desmanche e apodreça por dentro
Sai de trás do seu abrigo
Seu jogo vil de brincar de mistérios
Eu não quero mais ser seu brinquedo
Então pare de usar simbolos
Em vez de dizer o que pensas
E o que és, além de mim
Destrua o que ficou, destrua o que resta
Destrua o que sobrou de mim, da festa
Diz que eu não sou o que você pensou
Diz qualquer coisa, só não diz que me quer
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14. |
Desapego
03:35
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Vou sem rumo remando em alto mar
Não me importa aonde vou parar
Agora já perdi tudo que tenho então
Já não tenho nada a perder
Vou em frente seguindo essa estrada
Nada penso, topo qualquer parada
Alguma aventura nessa noite fria
Emoção ardente e vazia
Ah, agora tanto faz se já não há mais razão
Para correr atrás, ficar e estender a mão ao céu
Como se alguém pudesse alcançar
E enfim me tirar da escuridão
Que se alojou no meu coração
Desde quando você se virou
De costas pra mim e me deixou
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15. |
Derradeira prece
04:18
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Ó dia cinza, ó negro sol
Esconde a dor, esconde o mal
Deixa o tempo descançar
De sua eterna fuga
Deixa a noite um pouco mais
Ó lua imensa, ó medalhão
Me dê sua luz, me dê sua mão
Leva embora o meu penar
Toda a dor do mundo
E me leva com você...
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Motocontínuo São Paulo, Brazil
Criado por músicos dissidentes de reconhecidas bandas de sua cidade natal, Mogi das Cruzes/SP, o Motocontínuo surge em 2005 com seu rock potente e bem trabalhado. Em 2007, lançam o primeiro EP, "Fantástica Viagem Trágica", e em 2009 o primeiro álbum "Trovas de Amor e Escárnio" lançado em mp3. Após um hiato de 5 anos, o Moto volta a ativa em 2014 com novas ideias e musicalidades. ... more
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